Por que os líquidos refrigerantes do carro têm cores diferentes e qual você deve usar no seu

O anticongelante não apenas evita que o motor congele no inverno: é um elemento vital para mantê-lo na temperatura adequada durante todo o ano. Sem ele, o propulsor trabalharia em condições extremas que encurtariam drasticamente sua vida útil.

No entanto, quando você vai verificar o nível no carro ou se aproxima da loja para comprar um galão, é fácil se perguntar: por que existem líquidos refrigerantes/anticongelantes de tantas cores diferentes?

Neste artigo, explico o que significa cada tonalidade, quais aspectos você deve considerar antes de preencher o circuito de refrigeração e como evitar erros que podem sair muito caros para o bolso.

O que é realmente o líquido refrigerante

O líquido refrigerante é composto principalmente por água destilada e glicóis (etilenoglicol ou propilenoglicol) em diferentes proporções. A isso se somam aditivos anticorrosivos, antiespumantes e lubrificantes, projetados para proteger o circuito contra a oxidação e a formação de incrustações (isso já te indica que usar apenas água não é uma boa ideia).

Sua missão não é simplesmente resfriar, mas também manter estável a temperatura do motor em torno de 90 °C, evitando tanto o superaquecimento quanto a congelamento em climas frios. Portanto, a conclusão é que sem anticongelante, o motor estaria condenado a travar mais cedo ou mais tarde.

As cores do líquido refrigerante: muito mais que estética

A cor chamativa do refrigerante não é um capricho dos fabricantes para diferenciar marcas, mas uma forma prática de identificar rapidamente o tipo de mistura e aditivos que contém.

O azul é considerado o de maior qualidade e costuma ser usado em carros de alto desempenho, mas o mais comum em veículos convencionais é o rosa, especialmente entre fabricantes europeus. Como regra geral, todos cumprem sua função refrigerante, mas a durabilidade e a proteção anticorrosiva variam.

Cada fabricante usa uma cor diferente?

Exato. Embora a tabela anterior ajude a se orientar, não existe uma norma universal de cores. Por exemplo:

• Volkswagen e Audi costumam usar anticongelante rosa.
• BMW e Mazda optam pelo verde ou azul.
• Renault utiliza o amarelo.

Além disso, os veículos híbridos tendem a usar dois líquidos diferentes: rosa para o motor térmico e azul para a parte elétrica. Por isso, antes de confiar apenas na cor, o mais recomendável é consultar o manual do fabricante ou o rótulo do recipiente.

Nunca misture cores, pode ser um erro muito caro

Um dos erros mais comuns na manutenção caseira é preencher o circuito com uma cor diferente da que já está no carro. Pode parecer um detalhe menor, mas misturar anticongelantes com aditivos diferentes pode provocar:

• Formação de depósitos sólidos que obstruem o radiador ou a bomba de água.
• Perda de propriedades anticorrosivas, com risco de danificar o bloco do motor.
• Oxidação acelerada do circuito.

Se você não tem certeza de qual está no seu carro — porque com os anos pode se tornar marrom ou turvo —, o mais prudente é adicionar água destilada até fazer uma troca completa.

Com que frequência deve-se trocar o refrigerante e quanto custa

O líquido refrigerante não dura para sempre. Embora possa parecer intacto à primeira vista, os aditivos se degradam com o tempo.

Em carros com corrente de distribuição, o habitual é substituí-lo junto com esta (cerca de 100.000 km). Em carros com corrente de distribuição, o intervalo costuma ser maior (até 200.000 km). Se você não chegar a essa quilometragem, o recomendável é trocá-lo a cada quatro anos.

Manter o líquido em bom estado é tão importante quanto uma troca de óleo: ignorá-lo pode acabar em um reparo de milhares de euros.

O preço depende tanto da marca quanto do tipo, mas, em geral, um galão de cinco litros custa entre 8 e 16 euros.

Aqui é conveniente evitar marcas muito baratas: uma economia de alguns euros pode se transformar em um desgosto de 2.000 se o motor superaquecer.

Então, você já sabe, a cor do anticongelante não obedece a uma mera questão estética, mas é um código prático para diferenciar composições e propriedades.

A regra de ouro é não misturar cores, respeitar o tipo recomendado pelo fabricante e realizar trocas periódicas. Assim, o motor se manterá protegido, eficiente e com uma vida útil mais longa.