O chefe de vendas da BMW reduz as expectativas com as marcas chinesas: "Não queremos smartphones com rodas"

Os fabricantes chineses e seus veículos econômicos, incluindo os elétricos, estão começando na Europa, como quem diz, mas as previsões são muito promissoras. No entanto, para a BMW, não é bem assim, especialmente por dois motivos.

O chefe de vendas da BMW reduz as expectativas com as marcas chinesas: "Não queremos smartphones com rodas"
Isso é o que pensa o chefe de vendas da BMW sobre a expansão das marcas chinesas na Europa.

5 min de leitura

Publicado: 17/09/2025 09:00

O mercado automotivo europeu atravessa um momento crucial, com a tecnologia elétrica ganhando presença (pouco a pouco) e com as marcas chinesas ganhando terreno sobre as ocidentais (também pouco a pouco). Fabricantes como BYD ou MG estão aumentando sua presença aqui, e as expectativas são de que a tendência continue subindo.

Nem mesmo as tarifas protecionistas que a Comissão Europeia impôs no ano passado estão freando sua expansão, enquanto algumas marcas como a já mencionada BYD estão prestes a iniciar sua produção em solo europeu, especificamente na Hungria.

Muitos acreditam que os chineses acabarão "dominando" o mercado de carros elétricos na Europa, como já fazem em seu mercado local. No entanto, um alto executivo da BMW freia as expectativas, apesar de as marcas chinesas representarem já este ano na Europa Ocidental 5,2 por cento das vendas, em comparação com 3,1 do ano anterior.

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Na BMW acreditam que as marcas chinesas não abrangerão tanto mercado na Europa como se pensa.

«Construindo bons carros», mas...

O protagonista das últimas declarações é Jochen Goller, chefe de vendas na BMW. O alemão, em um paralelismo que nos lembra a chegada à Europa das marcas japonesas e sul-coreanas, reconhece que as marcas chinesas estão fabricando «bons carros» e não nega o que é evidente: que estas reduzirão a participação de mercado das marcas ocidentais e de outras, como as japonesas e sul-coreanas, na Europa.

Ainda assim, Goller aponta para dois fatores que se erguerão como as grandes dificuldades para conseguir ter o mesmo poder que na China, onde os veículos de nova energia (elétricos e PHEV) já representam a metade do mercado, com protagonismo principal para os fabricantes locais.

Por um lado, o executivo da marca bávara faz referência ao aumento de preços que as marcas chinesas têm que enfrentar em nossa região. Os fabricantes chineses têm o forte apoio e subsídios do governo de seu país, e a crescente concorrência interna os colocou em um excesso de produção e em uma guerra de preços que os "obrigam" a oferecer preços muito baixos.

Além disso, os custos de produção lá são mais baixos do que os que poderão ser encontrados BYD, Xpeng, Chery ou CATL, para citar alguns, quando começarem a fabricar na Europa. Embora seja verdade que mesmo exportando-os da China muitas marcas oferecem preços muito atraentes aqui, as vantagens desses fabricantes não se aplicam com a mesma intensidade.

O BMW iX3 é a última demonstração tecnológica apresentada pela marca bávara.

O segundo fator ao qual o chefe de vendas da BMW se refere tem a ver com as preferências do público europeu. É verdade que os carros chineses atuais são feitos mais pensando nos motoristas do Velho Continente, mas ainda estão longe de ter a mesma reputação ou qualidade de rodagem, por exemplo, do que oferecem a própria BMW, Volkswagen, Audi, Mercedes, Volvo e companhia.

Os carros chineses de nova geração são considerados "smartphones sobre rodas", com uma alta carga tecnológica a bordo e preços realmente ajustados. No entanto, Goller considera que as preferências do cliente europeu e suas prioridades não apontam precisamente para esse fator da digitalização e tecnologia de ponta.

Isso também não quer dizer que a BMW renuncie à tecnologia de última geração, já que como pudemos ver na recém apresentada Neue Klasse com o novo iX3, os alemães elevaram o nível em todos os sentidos, incluindo o tecnológico.

Além disso, a marca de Munique estabeleceu alianças importantes com marcas chinesas neste campo, como Alibaba ou Huawei, além de estar desenvolvendo produtos específicos para a China, que continua sendo seu principal mercado individual. Mas esse já é outro assunto.

Fuente: Autocar

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