GP AzerbaijãoVerstappen passeia e Piastri naufraga no grande dia de Sainz em Baku
O tetracampeão do mundo, Max Verstappen, dominou o Grande Prêmio do Azerbaijão, embora o grande protagonista tenha sido Carlos Sainz, que subiu ao pódio pela primeira vez com a Williams. Fernando Alonso teve uma corrida para esquecer.

A classificação do Grande Prêmio do Azerbaijão nos mostrou tudo o que este circuito urbano de Baku pode oferecer: acidentes, vento, surpresas e manobras espetaculares nas zonas rápidas.
Com esses antecedentes, a corrida deste domingo prometia ser espetacular, ao nível de corridas anteriores que nos brindaram resultados pouco habituais. Mais ainda após a formação de uma grelha diferente da habitual, com Carlos Sainz e Liam Lawson segundo e terceiro, ou com os McLaren de Lando Norris e Oscar Piastri na sétima e nona posição, respectivamente.
Piastri se autoelimina
A corrida começou com o céu nublado e temperaturas semelhantes às de dias anteriores (27 °C no asfalto). Isso sim, o vento era muito menos intenso, o que sem dúvida dava um respiro aos pilotos após tantos problemas anteriores.
Na largada, houve muito respeito entre os primeiros, com Max Verstappen (pneus duros), Carlos Sainz (médios), Liam Lawson (médios) e Kimi Antonelli (médios) mantendo suas posições. Tudo ao contrário do líder do campeonato, Oscar Piastri, que caiu para a última posição após se adiantar na largada e frear para parar o carro justo quando os semáforos se apagavam.
Mas o pior não era isso, já que algumas curvas depois ele perdeu o controle de seu McLaren e colidiu contra as barreiras, dando por encerrada sua corrida.
O clamoroso erro do australiano proporcionou uma grande oportunidade de redimir o abandono de Zandvoort a Lando Norris (médios). Mas o inglês precisava recuperar, já que estava em oitavo quando o carro de segurança entrou na pista para colocar ordem ao caos.
Outra consequência de tudo isso foi a investigação a Fernando Alonso (médios) por possível infração na largada. O asturiano reagiu ao movimento de Piastri, que estava logo à sua frente, e os comissários quiseram verificar se ele também havia largado antes do tempo.
Sainz consolida a segunda posição
Após a pista ser limpa, a corrida foi reiniciada com os líderes mantendo novamente suas posições, embora Russell (duros) tenha caído para a sexta posição e Norris para a nona. Por sua vez, Alonso foi superado por Hamilton (duros) logo antes de ser confirmada a penalização de cinco segundos imposta pelos comissários.
Logo, Lando Norris recuperou a oitava posição e se aproximou do Ferrari de Charles Leclerc (médios). Enquanto isso, Max Verstappen deixava Carlos Sainz a um segundo e meio, com Lawson já a 2,5 segundos.
Com 10 voltas completadas, a liderança de Verstappen se consolidou, embora por uma margem ainda escassa de dois segundos sobre Carlos Sainz. Por sua vez, Liam Lawson já estava a mais de quatro segundos e sentia a pressão de Antonelli.
O segundo Red Bull, o de Tsunoda, servia de freio ao resto, embora Russell não demorasse a superá-lo para tentar se aproximar de seu companheiro de equipe na Mercedes. Mais atrás, as coisas não iam muito bem para Alonso, que foi superado por Bortoleto e caiu para a 12ª posição antes mesmo de cumprir a penalização na parada.
Ainda havia muito pela frente, de qualquer forma, já que começava a ser considerada a possibilidade de que a chuva aparecesse em algum momento da corrida.

Verstappen se despede
As voltas passavam em Baku e as posições se consolidavam, com Verstappen liderando com quatro segundos sobre Sainz e este aumentando sua vantagem sobre o trio Lawson-Antonelli-Russell para mais de três segundos. Atrás, Tsunoda continuava segurando Leclerc, Norris e Hamilton.
Então chegou a primeira rodada de paradas para os pilotos que haviam começado com pneus médios. O primeiro a entrar nos boxes foi Antonelli na volta 19. O italiano buscava superar Lawson com um undercut, mas este não reagiu e permaneceu na pista na volta seguinte. Quem realmente entrou foi Leclerc, para tentar o mesmo com Tsunoda.
Já na 21, chegou a vez de Lawson, que ao sair novamente para a pista mantinha a posição com Antonelli, embora por muito poucos metros. Não serviu de muito para o neozelandês, de qualquer forma, pois algumas voltas depois o jovem italiano da Mercedes o superou na reta de chegada com a ajuda do DRS.
Os demais pilotos que haviam começado com médios decidiram estender o primeiro revezamento o máximo possível para prevenir a possível chegada de um carro de segurança ou de maior ação no final da corrida. Enquanto isso, Verstappen elevava a vantagem sobre Sainz para oito segundos, com Russell se aproximando a menos de 3,5 segundos do espanhol da Williams que, de qualquer forma, mantinha a corrida sob controle nesta fase da prova.
Disparidade de estratégias
Já na volta 28, Carlos Sainz fez sua jogada, colocando pneus duros novos e saindo para a pista logo à frente de Isack Hadjar na sexta posição. Isso sim, todos os pilotos que o precediam (quatro deles com pneus duros) deveriam parar ainda, portanto sua posição real continuava sendo a segunda, agora com três segundos de margem sobre Antonelli e seis sobre Lawson e Leclerc.
A partir desse momento, Williams e o espanhol deveriam continuar mantendo esse ritmo competitivo, mas atentos à possível chuva, aos carros de segurança e, finalmente, ao potencial impulso final de quem terminasse a corrida com pneus médios.
A fase intermediária da corrida foi bastante estável e tudo ficava pendente das demais paradas nos boxes. Os pilotos com pneus duros podiam acumular voltas sem problemas, enquanto Norris, o único que ainda estava com médios na pista, também continuava marcando bons tempos.

Norris e McLaren falham nos boxes
Hamilton se animou já na volta 37, precedendo um Norris que o imitou na seguinte. Mas a parada foi muito lenta, arruinando assim a tentativa de undercut sobre Tsunoda e Leclerc. O próximo foi Tsunoda, voltando à pista à frente de Lawson. Mas os pneus frios o impediram de manter o piloto da Racing Bulls atrás, ficando o japonês nuevamente à mercê de Leclerc e Norris.
O próximo a parar foi Russell, que aspirava a superar Antonelli e Sainz na luta pela segunda posição. E ele conseguiu, retornando à pista justo à frente do piloto espanhol. Agora, o da Williams precisava se concentrar em manter o outro Mercedes à distância.
Finalmente, na volta 41 parou o último piloto que ainda não havia feito isso: o líder Max Verstappen. O neerlandês fez isso de forma limpa e voltou à pista em primeiro, com 12 segundos de vantagem sobre Russell. Em terceiro estava Sainz a quase 15 e com Antonelli em quarto a pouco mais de um segundo.
Quinto era Lawson, com Tsunoda, Norris, Hamilton, Leclerc (que cedeu a posição a seu companheiro com pneus médios) e Hadjar fechando as dez primeiras posições. Alonso ainda estava na corrida, mas apenas na 15ª posição.
Sainz vs. Antonelli
Nas voltas seguintes, o principal ponto de interesse se concentrou na luta entre Liam Lawson e Yuki Tsunoda, com o japonês tentando o impossível para superar seu ex-companheiro na Racing Bulls e também antigo inquilino de sua Red Bull.
Mas não havia jeito. Assim como Antonelli não conseguia se aproximar de Carlos Sainz, que já considerava Russell como impossível e se concentrava em consolidar a terceira posição. Assim, a pouco mais de cinco voltas para o final da prova, o da Williams mantinha o italiano a 1,5-2 segundos de margem, sempre sem a opção de utilizar o DRS.
E não houve mais mudanças antes da bandeira quadriculada, com Max Verstappen dominando uma corrida que em nenhum momento esteve em perigo para ele. Em segundo ficou George Russell, com Carlos Sainz em terceiro e Kimi Antonelli em quarto.
Fechou o top 5 Liam Lawson, enquanto Fernando Alonso teve que se contentar com a 15ª posição em uma corrida na qual finalmente mal vimos um carro de segurança e a ameaçadora chuva não apareceu.
Lando Norris se contentou com a sétima posição, portanto o abandono de Oscar Piastri não se mostrou tão grave quanto poderia parecer. De fato, a vantagem do australiano na classificação se mantém em uns confortáveis 25 pontos. Por sua vez, Carlos Sainz soma 31 e sobe para a 12ª posição.