GP AzerbaijãoO maior medo de Sainz para a corrida não são os pneus: “Tivemos problemas com isso em circuitos como este”
Carlos Sainz partirá da primeira fila no Grande Prêmio do Azerbaijão e seu principal objetivo será conseguir seu primeiro pódio com a equipe Williams. No entanto, há um aspecto que preocupa especialmente o piloto espanhol.
O circuito de Baku é especialmente complicado com temperaturas amenas, já que a interminável reta faz com que os pneus esfriem muito, complicando posteriormente a aderência nos dois primeiros setores do circuito.
Esse aspecto desempenhou um papel importante na classificação, mas o vento e a chuva intermitente criaram um cenário ainda mais complexo que acabou provocando seis bandeiras vermelhas.
Em todo esse caos emergiu Carlos Sainz, que conseguiu um lugar na primeira fila ao lado do poleman, Max Verstappen. E a verdade é que o piloto da Williams não se mostrou nada cauteloso em relação à corrida deste domingo, afirmando que seu objetivo será manter-se no pódio.
«Sempre gostei de competir com Max, desde meus anos na Toro Rosso»
Os freios
Agora, não será simples. E não apenas porque pilotos com monopostos mais competitivos provavelmente se recuperarão. Também porque Williams tem seus próprios desafios a superar. O primeiro deles, os freios, que em circuitos rápidos e com longas retas têm apresentado alguns problemas para a equipe britânica.
«Não foi o fim de semana mais tranquilo para mim», revelou Sainz após a classificação. «Estive sofrendo com a frenagem. Com este carro estamos tendo alguns problemas com os freios em alguns circuitos exigentes como o Canadá e este».
«Mas hoje na classificação me senti bem. E o mais importante, mantivemos a consistência do carro durante o fim de semana», pontuou em seguida. «A partir da segunda posição, tentaremos mantê-lo consistente, ver o ritmo do carro em relação a cada um dos líderes que tentarão progredir. Mas se olharmos para nossas longas voltas de ontem, na verdade fomos bastante rápidos. Então tenho esperança de que possamos tentar amanhã».
O vento
Outro dos fatores que desempenhou um papel determinante na classificação foi o vento, especialmente forte neste fim de semana em Baku.
Carlos Sainz explicava que «hoje em dia os carros de F1 são muito mais complicados de dirigir com vento do que na chuva, por exemplo, é completamente imprevisível. É preciso pensar que um carro no meio da curva depende exclusivamente de sua carga aerodinâmica, e 30 ou 40 km/h de vento mudam drasticamente a carga aerodinâmica».
«E isso é o que tínhamos a cada volta, um nível diferente de carga aerodinâmica na curva», acrescentou o madrilenho. «Pegou muita gente hoje. Não acho que as pessoas em casa entendam o quão duras eram as condições hoje e o quão fácil era sofrer um acidente. Ter os 20 melhores pilotos do mundo, e sete ou oito deles batendo, diz o quão complicada foi a sessão».
Duelo com Max Verstappen
O grande resultado da classificação permitirá a Carlos Sainz medir forças com Max Verstappen no início da corrida. E embora o piloto da Williams não espere ser rival para o neerlandês, agradece voltar a estar em uma posição que já desfrutou em várias ocasiões durante sua passagem pela Ferrari.
«Acho que nos meus dias na Ferrari compartilhamos algumas primeiras filas. Sempre gostei de competir com Max, desde meus anos na Toro Rosso», recordou Sainz. «Tivemos um ano muito competitivo, cheio de aprendizado para ambos. Acho que nos construiu como os personagens e os impulsionadores que somos hoje».
«Ele será um grande piloto de F1 e provavelmente acabará sendo um dos mais bem-sucedidos da história», brincou sobre o tetracampeão. «Estou orgulhoso de compartilhar a primeira fila com caras com os quais competi toda a minha vida. Acho que é uma grande competição, mas é disso que se trata a Fórmula 1».
Fotos: Williams Racing