IndyCarO retorno a Phoenix e a ausência do México culminam o calendário da IndyCar para 2026

O ilustre oval retorna a um calendário que formaliza a inclusão dos urbanos de Arlington e Markham, e as saídas de Thermal, Iowa e Toronto. Sem acordo final para a prova mexicana, Milwaukee volta a ser dupla, Laguna Seca volta a ser a final e Nashville ganha status.

O retorno a Phoenix e a ausência do México culminam o calendário da IndyCar para 2026
A presença de Kyle Larson em um teste privado no ano passado, a última de um IndyCar em Phoenix. - IndyCar Media

12 min de leitura

Publicado: 16/09/2025 17:46

Terminada a temporada há pouco mais de duas semanas, a IndyCar Series já tem calendário para 2026, o qual tem sido objeto de múltiplas informações, vazamentos e especulações durante as últimas semanas. A competição de monoplacas estadunidenses, capitaneada na pista pelo tetracampeão espanhol Álex Palou, publicou nesta terça-feira um calendário que se mantém nas 17 corridas, número que não foi superado desde 2014, com várias mudanças notáveis em datas e locais em relação a 2025.

Duas das novidades já eram conhecidas, ambas em circuitos urbanos: a incorporação do Grande Prêmio de Arlington, um evento de grande calibre anunciado em outubro do ano passado, e a substituição do Grande Prêmio de Toronto, após quatro décadas, pela próxima população de Markham, como foi tornado público no início do mês. A outra grande mudança será o retorno ao Phoenix Raceway, um oval curto de grande tradição no mundo da IndyCar que acolheu 64 corridas entre 1964 e 2018. Tanto Phoenix quanto Arlington terão lugar no mês de março, nas semanas imediatamente posteriores ao Grande Prêmio de St. Petersburg, que continuará abrigando a primeira corrida no próximo 1 de março.

Sem ir mais longe, St. Petersburg e Phoenix serão dois eventos que compartilharão sinergias com a NASCAR, movimento incentivado pela emissora FOX em seu novo papel de proprietário minoritário. Assim, St. Petersburg terá também no cartaz a NASCAR Truck Series, enquanto a prova de Phoenix será disputada seis dias depois no sábado, durante a visita da NASCAR Cup Series, dando ainda à IndyCar uma data em oval antes da Indy 500, como pediam várias equipes. Na semana seguinte será disputado o GP de Arlington, que conta com um enorme respaldo corporativo, na data de 15 de março que este ano ocupou a primeira corrida pontuável no Thermal Club. O circuito privado, que já havia abrigado uma prova especial em 2024 e que havia sido objeto de múltiplas críticas pela natureza elitista do evento, confirmou em maio que não haveria uma terceira visita.

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Além de Thermal, o calendário confirma a saída do Iowa Speedway, que parece despedir-se de forma definitiva após várias idas e vindas e uma notável ausência de espectadores presenciais este ano na prova dupla que vinha acolhendo desde 2020. No total, Iowa celebrou 23 corridas de IndyCar desde sua inauguração em 2007, estando ausente apenas em 2021 quando o pequeno oval estava em problemas financeiros, resolvidos desde então pela chegada da NASCAR e um poderoso patrocinador para os monoplacas... que desertou após três anos. Um triste final para uma das provas que, consistentemente, gerou várias das melhores corridas do campeonato, apesar de estar em um mercado pequeno.

A corrida solta que restava com essas duas saídas parecia estar adjudicada a um popular retorno a terras mexicanas que, finalmente, não se produziu. Após quase um ano de negociações, a IndyCar confirmou há alguns dias que não se havia chegado a um acordo com o Autódromo Hermanos Rodríguez para abrigar uma data em 2026. O incomum comunicado, publicado no sábado sobre uma prova que não havia sido anunciada para um calendário ainda não revelado na época, argumentava que o impacto significativo da Copa do Mundo de Futebol, que será realizada nos Estados Unidos, Canadá e México no próximo verão, tem sido problemático demais para garantir um evento bem-sucedido, dadas as datas disponíveis.

O comunicado mantinha também que se prosseguiria com os esforços para que a prova mexicana, que já foi realizada entre 2002 e 2007, se materializasse em 2027 na data correta e no ano adequado, nas palavras do popular piloto local Pato O'Ward. Fontes próximas à categoria asseguram também que as mudanças nas condições econômicas impostas pelo gestor do circuito, OCESA, após sua aquisição pela Liberty Media, também desempenharam um papel nesta situação. A alternativa havia migrado, segundo vários meios, para uma possível corrida urbana nas ruas da capital estadunidense, Washington D.C, que coincidiria com o 250º aniversário da independência do país. Isso finalmente também não aconteceu, portanto a solução para 2026 passou por transformar a prova de Milwaukee em um evento duplo, como já foi o caso em 2024.

A outra grande mudança do calendário envolve o final da temporada, que este ano será adiado uma semana até 6 de setembro devido à data mais tardia do Dia do Trabalho, a festividade que a IndyCar marca como limite para não coincidir com o consequente início do futebol americano. Esta prova enfrenta uma mudança de cenário que desfaz a realizada em 2024, já que Laguna Seca voltará a encerrar a temporada e desloca o Music City Grand Prix para 19 de julho. Em contrapartida, a corrida de Nashville passa a ser noturna e a ser disputada em uma distância de 400 milhas, em relação às 300 deste ano.

CALENDÁRIO DA TEMPORADA 2026 DA INDYCAR SERIES

Rd.DataProvaCircuito
11 de marçoGP DE ST. PETERSBURGSt. Petersburg
27 de marçoGP DE PHOENIXPhoenix
315 de marçoGP DE ARLINGTONArlington
429 de marçoGP DE ALABAMABarber
519 de abrilGP DE LONG BEACHLong Beach
69 de maioGP DE INDIANÁPOLISIndy GP
724 de maio500 MILHAS DE INDIANÁPOLISIndianápolis
831 de maioGP DE DETROITDetroit
97 de junhoGATEWAY 500Gateway
1021 de junhoGP DE ROAD AMERICARoad America
115 de julho200 MILHAS DE MID-OHIOMid-Ohio
1219 de julhoMUSIC CITY GRAND PRIXNashville
139 de agostoGP DE PORTLANDPortland
1416 de agostoGP DE MARKHAMMarkham
15
16
29 de agosto
30 de agosto
250 MILHAS DE MILWAUKEEMilwaukee
176 de setembroGP DE MONTEREYLaguna Seca

* Em itálico, provas em oval

O movimento resulta estranho, dados os bons dados de assistência a ambos os recintos este ano e a boa audiência que teve Nashville, mas tem sua justificativa. De cara a 2024, a capital do Tennessee foi designada como sede da corrida final com base nos planos para mover o evento, disputado por então em um circuito urbano que deveria ser mudado por imperativo logístico, para o centro da cidade. Esses planos, concebidos sem as necessárias permissões nem garantias, não frutificaram, e o oval situado nos arredores da área metropolitana serviu como solução temporária para salvar sua disputa.

No entanto, este oval se encontra em uma zona relativamente remota em relação à própria Nashville, o que limita as ações promocionais com patrocinadores, em contraste com um Laguna Seca que tem sido historicamente uma escolha preferida das equipes nesse aspecto, situado em um ambiente californiano pitoresco ideal para agradar benfeitores. Por sua vez, Nashville recebe um apoio considerável, já que a prova será realizada imediatamente após a final da Copa do Mundo de Futebol no mesmo canal que a transmite nos Estados Unidos, aspirando com isso a um grande número de audiência. Será a primeira vez na história que um oval de menos de duas milhas (1.33, pouco mais de dois quilômetros) acolherá uma corrida de IndyCar de 400 milhas, equivalente a 640 quilômetros.

Em termos gerais, o calendário resolve em grande medida a problemática de inícios de temporada muito desprovidos de corridas. Após um 2025 em que transcorreram dois meses entre a primeira corrida e a quarta, neste ano a ação começa com três provas consecutivas. Além disso, após deixar o espaço pertinente para o fim de semana das 12 horas de Sebring, março terminará com outra corrida, após adiantar o Grande Prêmio de Alabama, disputado habitualmente no final de abril ou início de maio como este ano, até 29 de março. Será a corrida em Barber mais precoce da história do evento junto à de 2012, que foi em 1 de abril.

Continuará havendo duas semanas sem corridas antes e depois de Long Beach, que atrasa uma semana sua disputa para compensar a mudança de Barber, de cara à programação habitual do mês de maio, coroado com as 500 milhas de Indianápolis em 24 de maio. Não só a Fórmula 1 evita coincidir com a Indy 500 ao atrasar a hora de início do GP do Canadá, como a IndyCar libera a semana das 24 horas de Le Mans ao adiantar Gateway uma semana até 7 de junho. Por sua vez, Nashville em julho cobre o espaço gerado pela saída de Iowa e o atraso da visita canadense a agosto, que será feita em semanas consecutivas junto a Portland. Milwaukee finaliza as mudanças, adiando-se para o último fim de semana de agosto. No total, a distribuição será de seis corridas em ovais, cinco corridas em urbanos e seis corridas em circuitos permanentes, talvez a mais equilibrada em muito tempo.

Fotos: IndyCar Media

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