James Vowles, Williams e a pressão de viver sob os holofotes da Netflix e 'Drive to Survive'

A contratação de Carlos Sainz pela Williams foi um dos temas centrais da sétima temporada de Drive to Survive, a série documental da Netflix sobre a Fórmula 1. Inclusive, tanto o piloto espanhol quanto o diretor da Williams, James Vowles, protagonizaram um episódio completo intitulado A decisão de Carlos.

Como consequência disso, James Vowles se tornou uma celebridade além da Fórmula 1. O engenheiro britânico de 46 anos é agora muito mais reconhecido nas ruas e em ambientes distantes dos circuitos. Teve algum tipo de impacto em sua profissão e em sua vida?

«Se amanhã eu não desempenhasse esse papel, com o tempo isso se desvaneceria e alguém ocuparia meu lugar»

Um ponto de inflexão para a F1

Drive to Survive estreou na Netflix em março de 2019, e narrava o que aconteceu na temporada anterior, mas de um ponto de vista mais hollywoodiano. Histórias pessoais misturadas com a competição e, também, algumas disputas forçadas para adicionar drama à série.

Para muitos fãs da Fórmula 1 —inclusive pilotos— não gostaram dessa abordagem artificial, mas a verdade é que para o campeonato foi um acerto total, pois gerou um interesse incomum pelas corridas em pessoas que até então as haviam ignorado, especialmente nos Estados Unidos.

Daniel Ricciardo, Toto Wolff, Christian Horner ou Günther Steiner se tornaram celebridades, enquanto a Fórmula 1 chegava a lugares como Miami e Las Vegas. E, na sétima temporada, a saída de Carlos Sainz da Ferrari, sua negociação com Williams e Alpine e, finalmente, sua contratação pelos britânicos, se tornaram um dos temas centrais.

Vowles e sua crescente popularidade

James Vowles falou sobre um assunto que o fez crescer em popularidade, especialmente nas redes sociais e também no dia a dia.

O britânico afirma que não está na Fórmula 1 e na Williams «porque gostaria de ser uma celebridade. Fiz isso porque amo o desafio e amo o trabalho. Adoro o esporte. É o único esporte… é o único trabalho que realmente conheço, no grande esquema das coisas».

Vowles tem muito claro que o impacto que teve Drive to Survive «é muito bom para a Williams. Esse aspecto é muito bom para o esporte. Netflix, francamente, foi um ponto de inflexão absoluto, e o filme da F1 [F1 The Movie] é apenas uma continuação disso.

Uma celebridade efêmera

James Vowles também aponta que sua crescente popularidade é efêmera, e que se desvanecerá se deixar de ser protagonista na série ou abandonar a direção da Williams.

«Não sou uma verdadeira celebridade. Se amanhã eu não desempenhasse esse papel, com o tempo isso se desvaneceria e alguém ocuparia meu lugar, e acho que o mundo seria muito melhor por causa disso. Portanto, é diferente da fama que se obtém de outra maneira. Não me mudou. Não mudou o que faço como resultado das coisas».

«Você é mais reconhecido na rua ou em outros lugares», acrescenta James Vowles. «Mas, na verdade, todas as interações que tive, talvez isso mude, são simplesmente pessoas que estão felizes por estarmos no caminho de volta. Então não se trata de pessoas criticando a direção que estamos tomando. Trata-se de pessoas que apoiam para onde vamos».

Provavelmente, a popularidade de James Vowles também estará ligada ao crescimento esportivo da Williams, que aspira a se tornar uma das equipes de ponta em alguns anos. Por enquanto, seu crescimento em 2025 garante que terá, novamente, um papel relevante na oitava temporada que estreará durante o primeiro trimestre de 2026.

Fuente: Motorsport.comFotos: Williams Racing