Alonso alerta sobre uma grande complicação do regulamento da F1 de 2026 que está passando despercebida
Fernando Alonso apontou um aspecto que está passando muito despercebido na hora de avaliar a chegada da nova etapa regulatória à Fórmula 1. Isso tem a ver com o calendário e, mais especificamente, com a ampliação da pré-temporada.

Com outubro já à porta, os pilotos de Fórmula 1 têm quatro meses pela frente antes de subirem pela primeira vez a um monolugar da temporada 2026. Mas antes que isso aconteça, ainda restam sete grandes prêmios e mais de dois meses de competição.
Depois, chegará o momento de descansar, recarregar as energias e, posteriormente, retomar o treinamento físico e começar a visitar a sede da equipe para preparar a pré-temporada. A diferença é que, em 2026, tudo acontecerá muito antes e, como consequência, o intervalo invernal dos pilotos será mais reduzido do que nunca.
De janeiro até meados de dezembro, sem descansos. Será exigente
A temporada mais longa da história da Fórmula 1
A Fórmula 1 completa este ano sua segunda temporada com 24 grandes prêmios, o que representa um recorde na competição. No ano que vem, o número não mudará, já que a única alteração que sofrerá o calendário será a entrada de Madrid em substituição a Imola.
Apesar disso, a de 2026 será a temporada mais longa da história se considerarmos os testes prévios ao início da competição. E é que, se nos últimos anos esses começaram a finais de janeiro, nesta ocasião o tiro de partida acontecerá em 26 de janeiro no Circuito de Barcelona-Catalunya.
Ali, as 11 equipes completarão cinco dias de testes antes de se deslocarem para Barém para mais seis jornadas divididas em duas fases (11-13 e 18-20 de fevereiro). No total, 11 dias de pré-temporada antes do Grande Prêmio da Austrália, que será disputado entre 6 e 8 de março (consulte aqui todos os horários deste e do restante dos grandes prêmios).
Alonso avalia a mudança
Fernando Alonso alertou sobre as mudanças que a chegada do novo regulamento produzirá na preparação dos pilotos. O líder da Aston Martin considera que, «em termos de estilo de pilotagem ou treinamento específico, não creio que faremos nada diferente para nos prepararmos durante o inverno».
Em contrapartida, o asturiano acredita que para os pilotos «se tratará mais de estar preparados para a temporada mais longa da história: além das 24 corridas, no próximo ano serão realizados mais testes de pré-temporada».
«No inverno, costumávamos ter desde a primeira ou segunda semana de dezembro até fevereiro», lembra Fernando Alonso. «Um pouco de tempo livre para treinar e reiniciar a temporada anterior. Mas este inverno será muito curto.
«Basicamente, será apenas de meados de dezembro até a primeira semana de janeiro, porque teremos que ajustar o assento e todo esse tipo de coisas para estarmos prontos para o primeiro teste no final de janeiro», argumenta o veterano piloto de 44 anos.

Portanto, Alonso chega à conclusão de que a chave para começar 2026 bem preparado estará «mais na preparação mental e em adotar uma abordagem diferente neste inverno para estarmos prontos para começar desde o início de janeiro até meados de dezembro, sem descansos [exceto o intervalo de verão]. E isso será exigente, digamos, do ponto de vista do piloto».
Nos últimos anos, Fernando Alonso reconheceu que o longo calendário da Fórmula 1 será provavelmente o que o forçará a abandonar a categoria, mais do que seu desejo de competir ou sua forma física. E é precisamente em 2026, momento em que o bicampeão do mundo completa 45 anos, que deve decidir se renova seu contrato com a Aston Martin ou se se retira. Veremos se nessa decisão pesa uma agenda cada vez mais apertada ou apenas o desempenho da equipe.
Fotos: Aston Martin F1