GP ItáliaRevelado a origem dos problemas de bateria de Sainz e por que a Williams atribuiu a estratégia 'ruim'

O Grande Prêmio da Itália de Carlos Sainz esteve, mais uma vez, repleto de problemas. Além do acidente com Bearman, o piloto da Williams reclamou do funcionamento da bateria e foi prejudicado pela estratégia.

Revelado a origem dos problemas de bateria de Sainz e por que a Williams atribuiu a estratégia 'ruim'
Carlos Sainz precede Alexander Albon em Monza

7 min de leitura

Publicado: 15/09/2025 10:40

Williams voltou a perder uma grande oportunidade no circuito de Monza. Enquanto Alexander Albon conseguiu compensar a má classificação para terminar em sétimo, Carlos Sainz ficou novamente fora dos pontos após sofrer um acidente enquanto tentava ultrapassar Oliver Bearman.

Mas isso não foi tudo, já que também reclamou do funcionamento da bateria e teve que remar contra a corrente para compensar uma estratégia equivocada, o que por sua vez o levou a correr riscos como o da ultrapassagem a Bearman.

«Uma vez que tomamos o controle total da situação como equipe, ele conseguiu superar Bearman»

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A estratégia de Sainz e Albon

O certo é que a Williams atribuiu a Carlos Sainz a estratégia escolhida pela maioria dos pilotos: começar com pneus médios novos e passar para duros novos para terminar a corrida.

No entanto, a equipe britânica escolheu uma alternativa para Alexander Albon, que começava a corrida logo atrás de seu companheiro de equipe. O piloto tailandês começou com pneus duros novos, mantendo-se no grupo até que seus rivais — incluindo Carlos Sainz — pararam para realizar a troca de pneus após muitos problemas de superaquecimento.

A partir desse momento, Albon aproveitou a pista livre para imprimir um ritmo constante e competitivo, esperando até a volta 41, na qual trocou para pneus médios novos com apenas 12 voltas para completar. Isso lhe permitiu ser ainda mais rápido no final da corrida, terminando em uma meritória sétima posição, enquanto Sainz havia se visto envolvido na guerra da metade do grid.

Vowles dá explicações

O diretor da equipe Williams, James Vowles, quis explicar a razão pela qual decidiram combinar estratégias. O britânico começa apontando que essas «se baseiam em milhões de simulações que tentam prever o que poderia acontecer na corrida. O primeiro passo é entender com que pneus começarão nossos rivais, e neste caso o modelo nos mostrou que estávamos certos».

«Pequenos detalhes podem mudar muito a corrida, como a escolha de pneus de quem começa entre os 10 primeiros: Achamos que Lewis [Hamilton] teria um início difícil, no entanto, esse não foi o caso e isso pode afetar a corrida ao seu redor», prossegue o ex-diretor de estratégia da Mercedes.

Vowles também revela que uma das chaves é prever o comportamento dos pneus. «Simulamos também a largada: os pneus duros começam mais lentos, mas como você se recupera? O que acontece se o pneu vai mais rápido ou mais lento do que o esperado? Analisando tudo em conjunto, as simulações nos mostram a melhor estratégia».

Finalmente, a Williams interpretou que a possibilidade de que o carro de segurança interviesse nas primeiras voltas era elevada, portanto, fazer começar os dois pilotos com os mesmos pneus obrigaria ambos a parar ao mesmo tempo caso se confirmasse.

«Entre as coisas que poderiam surgir estava a intervenção de um carro de segurança. Por isso começamos com os dois pilotos com pneus diferentes, para poder cobrir mais cenários», acrescenta Vowles.

«Começar ambos iguais pode ser uma vantagem se o carro é rápido, mas arriscado se o carro de segurança entra nas primeiras voltas, onde os carros estão mais próximos. Por isso optamos por diferenciar as estratégias como um jogo de equipe», finaliza o britânico.

No entanto, isso não ocorreu e Carlos Sainz acabou sendo prejudicado pela escolha menos vantajosa nessas circunstâncias.

Estratégias de cada piloto no Grande Prêmio da Itália. A Williams acertou em cheio com Albon.

Problemas com a bateria

Além disso, Carlos Sainz reclamou durante a corrida de que a entrega de potência de sua unidade de potência não era ótima. «A bateria é uma piada», chegou a dizer pelo rádio.

Em contrapartida, James Vowles afirma que «en realidade não foi grande coisa. O hardware da Mercedes é excelente e o software e os sistemas que desenvolvemos junto com eles ao longo dos anos são de excelente qualidade».

O chefe de Sainz na Williams atribuiu as más sensações de seu piloto a um funcionamento do propulsor germânico muito distinto do da Ferrari que durante quatro temporadas utilizou o espanhol.

«Carlos disse isso porque percebeu diferenças na entrega [de energia] em relação à Ferrari. Monza é um dos circuitos onde mais se nota que estamos curtos de energia —porque há poucas zonas de carga e muitas retas—, e a diferença entre as duas estratégias de entrega se torna mais evidente», argumenta.

«As informações que nos forneceu Carlos nos ajudaram a entender como podemos melhorar nesse aspecto e é útil para o futuro, para entender em que se diferencia a Ferrari de nós», acrescenta Vowles, antes de fazer referência a Albon.

«Mas, como você viu com Alex, por exemplo, com o mesmo hardware e software você pode conseguir grandes resultados. E como viu com Carlos, uma vez que tomamos o controle total da situação como equipe, ele conseguiu superar Bearman», conclui Vowles.

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