Briatore desmente o de Alonso

Flavio Briatore negou que Fernando Alonso seja um piloto egoísta e difícil de lidar. O italiano usa como exemplo sua atitude na Aston Martin e afirma que sempre foi capaz de proporcionar unidade às equipes em que esteve.

Briatore desmente o de Alonso
Fernando Alonso cumprimenta um de seus mecânicos

5 min de leitura

Publicado: 29/09/2025 10:45

Desde que Fernando Alonso debutou na Fórmula 1 em 2001, aconteceram tantas coisas que resumir a trajetória esportiva do piloto com mais corridas disputadas na categoria rainha daria para um livro muito, muito extenso.

E é que o asturiano, além de longevo, sempre foi um dos pilotos que mais polarizou a opinião que se tem dele. Sua estreia com Minardi passou bastante despercebida, mas já na Renault começou a ser objeto de polêmicas. E mais ainda na McLaren, sua segunda etapa com a marca francesa e, posteriormente, com a Ferrari.

Também não faltaram eventos chamativos na McLaren-Honda e Alpine, embora na Aston Martin as coisas tenham transcorrido com muito mais tranquilidade. E isso é precisamente o que Flavio Briatore, provavelmente a pessoa que melhor o conhece na Fórmula 1, aproveitou para defender o bicampeão do mundo.

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«É como um Rottweiler, está ali o tempo todo»

Alonso colocou a F1 no mapa da Espanha

Flavio Briatore, agora assessor executivo da Alpine F1, se fixou em Fernando Alonso durante sua temporada de estreia na Fórmula 3000, em 2000. Imediatamente, o colocou na Minardi para a temporada seguinte como ponte para uma futura chegada à Renault.

E, quando isso aconteceu em 2003, a afição pela Fórmula 1 na Espanha se multiplicou de forma inimaginável. «Fernando era tudo ali. Na Espanha, nunca antes houve um grande piloto de Fórmula 1. Quando o trouxemos, a Fórmula 1 não era televisionada. Somente as motos. Ele mudou isso», relata Briatore.

«Assim que o colocamos na Minardi, foi incrível», acrescenta, antes de contar por que Alonso teve que passar 2002 no banco como piloto reserva da Renault. «Depois disso, tínhamos um contrato com Jenson Button. Não o renovei, coloquei Fernando no carro e toda a imprensa do Reino Unido estava realmente irritada. Eu disse à imprensa: “Calma, o tempo dirá se estou certo ou não”. Eu estava certo».

Alonso, uma dor de cabeça para suas equipes

Logo a timidez de Fernando Alonso começou a se transformar em determinação e uma personalidade muito marcada. Já na Renault, o asturiano foi crítico com sua equipe em algumas ocasiões. E, quando chegou à McLaren em 2007 como bicampeão do mundo, seu confronto com Lewis Hamilton e Ron Dennis fez com que a imprensa britânica criasse uma imagem muito negativa dele.

Sua passagem pela Ferrari também não ajudou nesse sentido, e quando voltou à McLaren em 2014 para liderar o projeto com Honda, as críticas aos japoneses consolidaram ainda mais sua fama de piloto conflituoso.

Uma versão, no entanto, Flavio Briatore nega veementemente, e que ex-colegas como Jarno Trulli, Giancarlo Fisichella ou Jenson Button corroboraram (embora não outros como Felipe Massa).

«Às vezes as pessoas diziam nas notícias que Fernando era difícil de lidar, mas não é mais do que um monte de bobagens, realmente», assegura Briatore. «Eu fico completamente irritado toda vez que ouço isso. Fernando sempre é um companheiro de equipe, sempre faz com que todos trabalhem juntos».

Flavio Briatore, assessor executivo da Alpine, mas também conselheiro e amigo pessoal de Fernando Alonso

«A manifestação acontece agora na Aston Martin. O carro não é competitivo, mas ele sempre está ali, empurrando. Todo mundo sabe o que precisa», reitera quem agora é seu rival na Alpine.

Finalmente, Flavio Briatore destaca que Fernando Alonso nunca desiste, já que seu compromisso e determinação são inquebrantáveis. «É como um Rottweiler, está ali o tempo todo. Você vai a um lugar e o Rottweiler te morde o tempo todo. Esse é Fernando. Assim é como ele quer ganhar», conclui.

É inegável que o Fernando Alonso que conhecemos agora é muito diferente do que começou sua trajetória na Fórmula 1 de forma meteórica. Mais de duas décadas depois, o asturiano é muito mais maduro e consciente do papel que cada um desempenha no Grande Circo. É provável, portanto, que todas as partes tenham razão, não?

Fuente: ESPN

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